Hoje tive um lindo sonho.
Deitada estava no sofá
contemplando o céu e a copa das árvores, por uma janela de teto.
De repente pousa um grande falcão em um dos galhos do cenário.
Eu, maravilhada, fico a observar.
Ele me fita com um olhar profundo.
Tão profundo que por um momento temi que ele quebrasse a janela para me atacar.
Cobri meus olhos com um lençol, para fugir daqueles olhos.
Mas no momento seguinte, imbuída de coragem e curiosidade, abro a janela e digo: chega aqui mais perto!
Ele vem até mim e se acomoda em meus braços, tal como um cachorrinho.
Eu o encho de carinho.
Ele parece gostar.
Selvagem que é, talvez nunca tenha sentido o toque humano.
Em um momento, suas garras me arranham levemente, sem querer. Penso comigo: quando ele voltar da próxima vez, vou cortar e lixar essas unhas.
Ele se foi, tão graciosa e misteriosamente como veio a mim.
Acordei e pensei: poxa, quem me dera fosse real.
Mas e quem disse que não foi?
Já faz parte de mim.